Exposição Brecheret – Mulheres de Corpo e Alma, Desenhos e Esculturas

O Museu Correios (Brasília) e o Instituto Victor Brecheret apresentam a exposição Brecheret – Mulheres de Corpo e Alma, Desenhos e Esculturas de 16 de janeiro a 15 de março de 2015, com entrada gratuita. A mostra apresenta ao público 37 esculturas e 107 desenhos de Victor Brecheret relacionados à anima, a mulher que habita em todo homem. A exposição tem curadoria de Daisy Peccinini e patrocínio dos Correios. No dia 07 de março haverá visita guiada realizada pela curadora.

A exposição Brecheret – Mulheres de Corpo e Alma traz para Brasília uma seleção de trabalhos dedicados ao gênero feminino, realizados pelo artista Victor Brecheret entre 1920 e 1955. São 37 esculturas e 107 desenhos que representam várias fases e tendências da trajetória do artista. A mostra é dividida em 8 conjuntos de desenhos que dialogam com 5 grupos de esculturas, de acordo com a variante da temática do feminino. Os desenhos têm as características do escultor: resolvidos com linhas poucas, límpidas e leves, tomam forma de imagem feminina predominantemente com poucos traços determinados As esculturas foram produzidas em mármore, gesso, pedra granítica rolada pelo mar, bronze patinado e bronze polido. As obras presentes na exposição são, em sua maioria, nus femininos relacionados ao simbolismo feminino da Terra, a grande Mãe, a deusa Gaia, Geia, dos gregos, o elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora ilimitada. A exposição traz ainda uma sala especial, que oferece uma visão inédita de oito painéis de mármore, com Mulheres Alegorias, talhadas em médio e baixo relevo pelo artista.

De acordo com a curadora da exposição, Daisy Peccinini: “O importante conjunto de esculturas, em diversos materiais e pertencentes a diferentes momentos de seu percurso artístico, desencadeia um especial convite a vivenciar não só a estética das formas, na presença material dos corpos femininos, mas captar a atmosfera anímica, das obras que o seu criador, o escultor Brecheret, imprimiu na matéria.”.

Para Victor Brecheret Filho, Presidente do Instituto Victor Brecheret e também filho do artista: “O repertório desta exposição, em sua riqueza e diversidade, realizada em torno da figura de mulher, é extremamente revelador da alta qualidade da arte de Brecheret, que, aliada a uma percepção e sensibilidade, permite aos que a veem mergulhar em profundidade e extensão na alma feminina.”.

Victor Brecheret nasceu em 15 de dezembro de 1894 em Farnese di Castro, Itália, chegando menino a S. Paulo, cidade que adotou como berço natal. É considerado um dos escultores mais importantes do país por ter sido o responsável pela introdução do modernismo na escultura brasileira bem como recentes pesquisas testemunham seu prestigio como artista de sucesso, fundador da Escola de Paris e condecorado como Cavaleiro da Legião de Honra pelo governo da França

Quando jovem, frequentou aulas no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde mais tarde fez uso das instalações e seus aprendizes para fundir o Monumento a Caxias (1945) um dos maiores monumentos equestres do mundo. Estudou em Roma , onde entrou em contato com as vanguardas artísticas que ocorriam nas décadas de 1910 e 1920. Foi discípulo de Arturo Dazzi, sendo influenciado por escultores pós- AugusteRodin, como Ivan Meštrović, e Émile-Antoine Bourdelle. Quando retornou ao Brasil, ao fim a primeira guerra, ligou-se a Emiliano Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. Com Anita Malfatti, é considerado o precursor do Modernismo no Brasil, que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922, onde expôs vinte esculturas no saguão e nos corredores do Teatro Municipal de São Paulo. Em Paris, bolsista do governo de S. Paulo desde 1921 manteve paralelamente uma carreira de sucesso na Escola de Paris e no Brasil. Em 1933 o governo do Estado de São Paulo encomendou-lhe a execução do Monumento às Bandeiras, projeto que apresentara em maquete em 1920 e que retoma, com o sentido de grande contemporaneidade. Brecheret dedicou-se à realização deste projeto nos vinte anos seguintes. O Monumento às Bandeiras foi a maior obra de Brecheret e demorou 33 anos para ser construído (1920—1953). Em 1951 foi premiado como o melhor escultor nacional na primeira Bienal de São Paulo. Faleceu na cidade de São Paulo, em 17 de dezembro de 1955.

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